Ontem aproveitamos o encontro na Cia. e discutimos um pouco sobre o foco do nosso trabalho.
Em um primeiro momento defendemos para nossas 04 câmeras o ponto de vista do alto - claramente identificado com a figura institucionalizada da vigilância e do controle - como sendo o único e necessário a ser explorado no trabalho.
"Do alto podemos explorar os diagramas"é também um ponto para a dança.
Mas, uma vez que não estaremos trabalhando com verdadeiras câmeras de vigilância, mas com câmeras por nós instaladas, me voltam à cabeça as questões já levantadas com Manu Luksh e Bill Brown. É um trabalho de sousveillance? É anti-vigilância? Ou fetichiza a vigilância? On triche? O que está em jogo? Qual o foco?
Acredito que a nossa discussão seja sobre: O que é um olhar que perscruta?
O olhar, neste trabalho, quando busca, busca o quê?
O olhar de quem, olha de onde?
Pensando assim:
A câmera tem que estar do alto? Tem que estar de cima? Pode estar de baixo?
A vigilância é exercida apenas de cima e do alto?
Hoje, em tempos de vigilância distribuída, consentida e partilhada, identificar o olhar vigilante unicamente com o ponto de vista do alto não é pouco? Não é limitado?
Esgarçando e forçando algumas barreiras podemos ainda estar no terreno que põe em debate o olhar escrutinizante, mas não somente o panóptico clássico central. Acredito que podemos implodir este olhar. E podemos estar de baixo também. Rez do chão. Multiplicar os olhares. Já vamos experimentar um pouco disto com os binóculos.
Enfim, muito trabalho pela frente.
2a. feira vou a campo. Em breve fotos.
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